Vejo a cor branca da folha ainda muda
Sem sombras num traço nem fala,
Em rabiscos sem forma e beleza.
Com um ruído ensurdecedor
A folha grita
E clama por palavras e frases,
Capazes de preencher e emergir idéias.
Num vazio de cores e imagens.
E sem Ter o que dizer
A pena não se move e cai...
Assim como é desejada e possuída a amante
Pelo amado que a busca incansavelmente,
É a folha em busca de palavras
Desejando ser lida; consumida e tocada.
Mas o amado das palavras, o poeta das idéias,
Anseia pelo seu amor.
Vagando em névoa num vazio
A impotência do pensamento.
Ao que a folha branca lhe pergunta:
- Não sabes o que me dizer?
- Comece com uma letra maiúscula,
- E no fim, um ponto final.
- No meio?
- Ah!... No meio você coloca um poema.
É então que a expressão de suas linhas cobertas
Em rosto de gozo e alegria,
Sorri pela tinta que desliza
Em seu corpo versos; vírgulas e reticências.
sexta-feira, 27 de junho de 2008
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